domingo, 8 de agosto de 2010

Chuva Nostálgica

Como numa tarde fria, meu bem.
As ondas se quebram geladas.
Nos lares quentes e aconchegantes, fogão aceso, tv ligada.
Na praia, areia úmida, a chuva, o nada.

De resto... a saudade
Do sol que não quis raiar.
E a chuva que insisti em chover
E dissolver a certeza das lágrimas.

Essa chuva que chegou e anunciou a chegada do navio
O barqueiro insistia,
As malas iam sendo colocadas.
Aquele anel de lembrança só trazia a lembrança do não vivido.

Era tarde:
A chuva, o vento,
O anel, as malas,
O barqueiro, a agitação.

Rosto, cabelo gelado.
As malas iam sendo colocadas.
Anel e mãos geladas,
E um beijo de lábios também gelados.

O frio esfriava,
O vento soprava,
A chuva chovia e
O barco que deveria partir, partia

E a chuva insiste em chover...
Insiste...
Ela chove, molha, dissolve.
E insisti em chover.

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